Aposento assim o oficio de ser autora dos espetáculos da vida; uma vez que um banco é só um banco, mas, tem uma alma pública incrível, faz com que vejamos coisas supreedentes ou um tanto térmicas aos nossos princípios éticos.
Neste mesmo lugar sentei-me ao lado de uma inesperada senhora, a aguardar alguém – esta afirmação observo sob seus olhos azuis a procura de alguém. Ela bem aprumada com uma bela saia preta e um caso incrível verde. Cabelos brancos mostrando toda sua experiência materna e mediterrânea e urbanoide.
Intrigava-me o tempo pelo qual ela ficou sentada naquele banco, sabia que estava à espera de alguém, pois, olhava a multidão afoita e a procura de um ser inesperado, por sinal estava atrasado.
O relógio que fazia parte de seu compose, em minha presença não foi utilizado uma só vez, imagino: estava quebrado ou não se importava com as horas. Cobro-me de incerteza, para muitos poderia ser uma certeza de quando devemos olhar em um relógio.
Cabe algo de loucura, ou somos perfeitos? – certo, nos tornamos algo que queremos. Segundo (FIPE) em 2003 havia cerca de 10.700, sem-teto, andarilho, mendigo ou moradores de rua na cidade de São Paulo – aqueles desprovidos de qualquer apego financeiro, material e social. Sendo considerados em outras palavras como marginais - aqueles que estão fora do ciclo social, sem a segmentação de regras e ética estipulada por sua cultura.
Segui caminho para o local onde estava marcado meu compromisso, uma vez, que todos nós dentro de um conceito ético seguimos – por mais um dia, necessitei comparecer no mesmo local, na mesma hora. O dia estava tetricamente igual ao primeiro e a senhora de quem falava antes estava sentada no mesmo lugar, com as mesmas roupas com o mesmo olhar.
Pensei: estava ainda a espera de alguém? Mas reparei que embaixo do banco ao seu lado, suas roupas estavam entulhadas dentro de um saco. Estaria eu louca ou ela estava à espera da lavanderia - todavia não sei. Fui embora antes de confirmar.
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